Com o objetivo de aprimorar as estratégias de manejo populacional ex-situ para que a população em cativeiro contribua efetivamente na conservação de espécies, biólogos do Zoológico de Brasília participaram do curso de Stubook Keeper, em São Paulo, na última semana. A capacitação foi promovida pela Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB) e contou com a palestra de Jon Ballou, geneticista da conservação e responsável pela análise genética dos micos-leões-dourados.
Na capacitação, os biólogos aprenderam a utilizar dois programas diferentes de estudo genealógico das espécies, o Zims for Studbook e o Pmx. De acordo com o biólogo e Sudbook Keeper nacional da ariranha e do cachorro-do-mato-vinagre, Igor Morais, as ferramentas fornecem informações completas sobre os animais dentro de uma população. “Além disso, também nos permite analisar qual animal vai se reproduzir e com quem para que, a longo prazo, essa população esteja viável e estável”, explica.
Os Studbook Keepers têm um papel muito importante na conservação de espécies ameaçadas de extinção. São eles os responsáveis em estudar a população de indivíduos em cativeiro e em assegurar tamanho suficiente, estabilidade demográfica e alto nível de diversidade genética. Cada espécie dentro do programa de conservação conta com Studbook Keepers nacionais e internacionais.
Filipe Reis, biólogo, diretor de mamíferos do Zoo e Studbook Keeper nacional do tamanduá-bandeira, afirma que o curso é essencial para o manejo correto de espécies entre zoológicos e aquários. “O curso foi importante porque aprendemos a utilizar dois programas que vão nos ajudar a gerir as populações em cativeiro de maneira que elas se tornem genética e demograficamente viáveis e para que, no futuro, esses animais possam ser reintroduzidos na natureza”.
De acordo com o Studbook Keeper Alberto Gomes, responsável pela jararaca-da-ilha-de-vitoria, a expectativa é que o programa facilite no diálogo com outros profissionais e instituições que já atuem em estratégias de conservação da espécie. “Por se tratar de uma serpente criticamente ameaçada e com poucas informações acerca da sua biologia, é fundamental estabelecer uma rede de contato com pesquisadores de espécies correlatas”, explicou.
Ariranha
Em novembro do ano passado, o Zoológico de Brasília recebeu uma ariranha macho, o Macau, vindo de Dortmund, na Alemanha. O Macau veio à Brasília por recomendação do Studbook Keeper internacional da espécie, que foi endossada pelo Igor Morais, responsável pela espécie no Brasil.
A expectativa é que o Macau se reproduza com a fêmea ariranha do Zoo de Brasília, a Sí, para aumentar o número de indivíduos desta espécie em cativeiro para que, no futuro, sejam reintroduzidos na natureza.
Fundação Jardim Zoológico de Brasília
Fundação Jardim Zoológico de Brasília Avenida das Nações, Via L4 Sul, s/n - Brasília, DF. CEP - 70610-100 Telefone: (61) 98199-0271
e-mail: sueup@zoo.df.gov.br